sábado, 6 de fevereiro de 2016

[Resenha #19] - Laranja Mecânica

Olá meu druguis!
Hoje a resenha é de um livro horrorshow, com uma visão futurista sobre a ultraviolência fora dos limites praticadas pelos maltichiks da época, ó meus irmãos.


Ficou um pouco confuso com o dialeto, não se preocupe. Afinal, ler Laranja Mecânica é assim mesmo. Vamos conferir?

Desafio concluído: Calendário Vitor Martins - Fevereiro.

Alex é um adolescente de quinze anos, fã de músicas clássicas, possuidor de certa inteligência, filho único e com um alto índice de violência dentro de sua mente, e que não encontrava dificuldade alguma em expressá-la. Juntamente com seus druguis Pete, Tosko e Georgie, saiam pelas ruas distribuindo terror com a primeira pessoa que julgavam merecer seus toltchocks ou um imenso corte em seus pescoços com sua britva. Invadiam lojas, casas e edifícios públicos sem qualquer cerimônia.

Além de cometer todas essas idiotices juvenis, Alex e seus amigos eram uma gangue, e como qualquer gangue que se preze, usavam o dialeto do momento chamado nadsat. Por isso vocês devem estar se perguntando, mas o que ela está falando? Que palavras são essas afinal? Quem assistiu ao filme já sabe. Quem não, vamos deixar assim pra ficar mais horrorshow ok?
Certo dia Alex participou de uma invasão frustrada que resultou na morte da babushka que morava na casa. Nesse momento seus druguis o deixaram sozinho e como a má fama já estava na boca do povo, Alex foi condenado a 14 anos de prisão.

“A bondade vem de dentro, Alex. Bondade é algo que se escolhe. Quando um homem não pode escolher, ele deixa de ser um homem.”

Dois anos se passaram e na prisão Alex toma conhecimento sobre um novo tratamento que prometia remover qualquer traço de violência do indivíduo e fazer com que a saída da prisão fosse antecipada. Logo na primeira oportunidade, Alex se oferece como cobaia na Técnica Ludovico. Nosso Humilde Narrador é informado que essa técnica é muito agressiva e que ele poderia não aguentar, mas está disposto a fazer o que for preciso pra sair da prisão.

Após assinar algumas papeladas, Alex foi entregue ao doutor Brodsky e os tratamentos que o “consertaria” começaram. Não vou falar como ele é feito, pois essa é a segunda etapa da vida de Alex. Só posso dizer que a técnica é muito agoniante. Seus pais não souberam de nada e só depois que todo o sofrimento de Alex terminou, é que videaram as notícias nos jornais.

E agora na terceira fase, o povo da cidade queria conhecer o novo Alex, agora com 18 anos, que foi liberado após alta médica. Será que ele conseguiu se livrar de toda maldade e de todo gosto ultra violento que sentia quando roubava, batia, estuprava e matava? Será que a sociedade via esse tratamento com bons olhos? Será que a bondade passou a tomar certo lugar na cabeça do malenk maltchik? E que fim tiveram seus druguis traidores nisso tudo?

“Meus irmãos, eles ficarem roendo a unha do pé pra saber a causa da ruindade é que me deixa um bom maltchick ridente. Eles não procuram a causa da bondade, por que então ficar cavucando do outro lado? Se as liúdes (pessoas) são boas é porque gostam, e eu nunca desmancharia os prazeres delas, e do outro lado a mesma coisa. E eu estava defendendo esse outro lado.

Para um livro de época, a violência abordada chocou muitas pessoas, porque não se sabia exatamente o início de toda essa revolta jovem. Anthony não faz menção sobre como Alex entrou nessa vida, já que aparentemente seus pais eram bons e ele não tinha motivos explícitos para cometer todas essas coisas terríveis. Muitos acreditam que ele era um psicopata intelecto com traços de criança mimada. Mas eu ainda acho que a falta de ocupação e de tarefas foram uns dos principais motivos para tal comportamento.

Alex me fez ficar com dó, com raiva e com esperança. A forma como ele narra te confunde, principalmente por não saber se ele está sendo honesto. Tem trechos que ele força demais, ó meus irmãozinhos. Mas não tem como não gostar dele. O autor faz você gostar de uma pessoa desprezível (como isso é possível?). Anthony conseguiu! Mas só teve um momento que senti vontade de abraça-lo (sim, só um e acabou rs).

Em relação à narrativa, no começo senti dificuldade como qualquer pessoa que já leu, por causa das gírias nadsat, mas depois do primeiro capítulo a leitura fluiu. Em certos pontos encontrei frases infantis demais, o que comprova minha teoria de que Alex era um crianção que viviam no mundo da lua. Para ele, tudo o que narrava era absolutamente normal.
A edição que decidi ler (porque existem várias) foi ótima. Letras em bom tamanho e espaçamentos perfeitos, além de conter notas sobre a nova tradução e detalhes mais específicos sobre a obra.

Para alguns leitores esse livro não vai ser tão extraordinário, até porque os noticiários estão em todos os canais, transmitindo muitas coisas ruins pelo mundo, mas não deixa de ser uma história que precisa ser lida. Anthony deixa uma reflexão importante: até que ponto combater a violência de jovens com métodos agressivos é aceitável?

Recomendo a leitura com calma e paciência, e sob um olhar do passado. Lembre-se: é um livro de época!

Para que nunca assistiu ao filme, confira o trailer abaixo!



Para saber mais sobre o autor e livro, acesse o Skoob clicando aqui.


Ótima leitura druguis chudesnis!





14 comentários:

  1. Oi, Ju!
    Menina, eu ganhei esse livro num sorteio. Na verdade, foi a edição comemorativa. Acredita que ainda não li e nem vi o filme? Creio que seja por conta da violência abordada - eu sou uma pessoa meio fraca pra essas coisas.
    Adorei sua resenha. Ficou muito boa mesmo.
    Beijos
    Balaio de Babados

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    1. Oi Luiza!
      No início tem sim umas coisas um pouco pesadas, mas depois a história segue outros rumos, com foco na cura de Alex. O filme segue esse mesmo padrão, só que não tem coisas explícitas demais, até porque é um filme de época e a censura era bem pesada. Pode ler e assistir tranquila!
      Abs!

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  2. Esse livro foi muitooo falado na faculdade e eu ainda não tomei vergonha na cara para lê-lo. Fiquei ainda mais ansiosa para conhecer Laranja Mecânica depois da sua resenha. Esse Alex deve ser um babaquinha. kkkkkkkkkkk Ai... amei teu blog, muito fofo.
    Passa no meu também!
    Beijos,
    Monólogo de Julieta

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    1. Oi Paloma!
      Confesso que também enrolei pra ler hein rs, mas no final valeu a pena. No dia seguinte já assisti o filme também e assim finalizei essa pendência!
      Alex é de tudo um pouco. Fase de adolescência e muitas complicações.
      Abs!

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  3. Olá, Ju. Tudo bem?
    Esse é meu livro favorito, então sou muito suspeito para falar dele.
    As gírias dificultam um pouco a leitura no começo, mas são elas que tornam essa leitura grandiosa. A manipulação linguística feita é algo genial.
    Quanto ao Alex, ele é um personagem complexo incrível. Tem seu ar de crianção, sem ar violento, seu ar meio sábio... Ele é uma grande mistura.
    Ótima resenha.

    Desbrava(dores) de livros - Participe do top comentarista de fevereiro. Serão dois vencedores!

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    1. Olá!
      As gírias dificultaram mesmo no início, mas depois me peguei falando videar, horrorshow e por ai vai rs. Alex é o tipo de pessoa que você torce de duas maneiras, mas também é o tipo de pessoa que você espera receber notícias: Se casou, se tomou juízo e se saiu de vez do mundo violento. Mas é sem dúvida um excelente livro!
      Abs.

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  4. Oi, tudo bem?
    Gostei muito do post.
    O livro não faz muito meu estilo mas sei que minha irmã tem vontade de ler. Quem sabe ela não lê em breve e comenta por aqui também :D
    Bj

    @saymybook
    saymybook.blogspot.com

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    1. Oi Denise!
      É um livro que assusta de início, mas você acaba até pegando gosto depois de um tempo. Eu resisti muito, mas valeu a pena! Quem sabe um dia você dê chance a ele :)
      Abs.

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  5. Essa distopia parece fantástica, li poucos livros desse gênero mas quero muito ler mais clássico e , entre eles,está A Laranja Mecânica. O tema é polêmico e a escrita aparenta primorosa, uma verdadeira obra prima. Ansioso p/ ler. Abraços =D

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    1. Oi Dan!
      Leia sim, você vai curtir muito! O livro mesmo sendo um clássico tem um tema atual, que é a violência gratuita. E querendo ou não ficamos na torcida pela recuperação de Alex!
      Abs.

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  6. Olá! Ja comecei gostando do título e capa, e a sinopse tbém me agradou!
    Fiquei curiosa e ansiosa pra entrar nesse mundo e na mente um pouco confusa de Alex!
    Adorei a resenha!
    Bjus *-*

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  7. Sou estudante de psicologia, e vários professores já falaram muito bem sobre essa leitura, e já indicaram várias vezes esse livro, além da trama ser muito boa, e aborda uma tema muito legal, quero muito ler antes de assistir ao filme, espero ter a oportunidade de ler ainda esse ano.

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  8. Oiieee, tudo bom?
    Devo começar primeiramente dizendo que fiquei perdida nas gírias usadas, fiquei com cara de "hã?" kkkkkkk eu já tinha visto várias capas do livros, mas nunca procurei saber do que se tratava, sabia que existia um filme, mas nunca procurei nem ver o trailer, essa é a primeira resenha que vejo do livro, e nossa ele parece ser muito tenso, não li nada parecido ainda, não sou fã de muita violência e que manezão esse Alex, bom que temos um processo de mudança ai, quem sabe eu venha a ler o livro, e ver o filme, apesar de que achei o trailer bem sinistro.
    Beijos *-*

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  9. Amei, não sou muito fã de livros que abordam violência, porém eu amo histórias de época, com certeza vou dar uma.conferida nesse livro.
    Ótima resenha.

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